domingo, 25 de novembro de 2012

Voltei






Um dia eu viajei pra Lua
No meio do caminho fui contando as estrelas
Pousei como bailarinos onde o homem flutua


Andei por lá explorando cada pedrinha no meio do caminho
E embaixo de cada uma, encontrei pedacinhos de mim
Todos aqueles que um dia mandei pro espaço
Foram parar lá


Separei todos eles, os dos outros eu nem olhei
Eu já tinha muitos
Contei, separei, reciclei, me desfiz do que não prestava,
Joguei no lado negro da Lua.


Juntei tudo que queria
Guardei o que era pesado no bolso,
O que era leve no coração


E quando os monstros surgiram
São Jorge me emprestou o Dragão
Ao fim, voltei de carona com um astronauta de mármore.


Um dia eu viajei pra Lua
Fui fazer minha faxina
Limpei tudo com linho nobre e pura seda.
E quando eu voltei,
A Terra estava mais azul.


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Toda hora



Se você passar por mim
E eu estiver séria
Eu tô querendo

Se você passar por mim
E eu estiver sorrindo
Eu tô querendo

Se você me flagar te olhando
Eu tô querendo
Se eu fiz de conta que não te vi
Eu tô querendo


Eu tô querendo desde a hora que eu acordo
Eu tô querendo quando eu tô dormindo
Eu tô querendo quando meus dias não prestam
Eu tô querendo quando a vida tá ótima


Eu tô querendo agora, antes e depois
E desde o dia que eu ti vi, eu tô querendo
Eu tô te querendo...



segunda-feira, 16 de junho de 2008

Desse mato sai coelho?

É engraçado como a gente se engana e acaba simplesmente seguindo com essa correnteza que a gente inventa: “Ah! Não faz mal esse chocolate. É só um pedacinho, não vai estragar minha dieta”, “Não, eu não estudei, mas o professor é gente boa e ma dá uma nota pra passar”, “Meu chefe não reclamou que eu chego sempre atrasada, vai ver ele nem notou”. Tudo lenda. Chocolate engorda sim e você não come só um pedaço, você vai sim tirar nota baixa e abra o olho se seu chefe não está agora preparando seu aviso prévio enquanto você está lendo isso ao invés de trabalhar!

Sempre nos enganamos, natural de nós mulheres sempre querermos achar uma explicação ou uma desculpa para aquilo que está óbvio e claro na nossa frente. É aquilo e pronto. Quer ver como é verdade?

Vê só: você conhece um cara numa festa, gente boa, te elogia a noite toda e escuta com o maior interesse tudo que você tem a dizer, você acaba descobrindo que ele beija muito bem além de ser lindo de fazer inveja às suas amigas. Vocês trocam telefone e ele diz que vai ligar, e como você viu que ele tava afim você faz o quê? Espera, é claro!

Acontece que ele não liga, não dá sinal no dia seguinte, nem no outro, manda uma mensagem uns dois dias depois e você continua naquela: “Se ele deu sinal é porque tá afim”. Tudo bem, eu sei que existem caras tímidos, mas vai, seja sincera, você sabe que ele não é nem um pouco, né? Aliás, foi você quem ficou com ele, você deve saber mais do que eu!

Aí você fica imaginando mil e uma razões por que ele não ligou, pensa que ele tava muito ocupado, que ele perdeu seu telefone (de toda a agenda do celular perdeu só o seu né? Sei...), pensa que ele ficou doente, que morreu! Mas deixar de te ligar, jamais! E você estava certa, amiga, porque passados alguns dias ele liga “Vai fazer o que hoje?”, te chama pra sair e ainda deixar você escolher o programa. Devo me permitir uma pausa aqui: você já contou quantas vezes você se enganou só até aqui? Não? Pois vá contando. Então, voltando, você sai com ele. Ele é um fofo, vocês conversam horas, ficam juntos, ele te presenteia com aqueles beijos deliciosos que só ele sabe dar. Aí ele pede a conta e vocês vão embora, pra onde? Deixar o moço em casa, o motivo pelo qual ele está sem carro não vem ao caso, o que acontece é que você vai sim deixá-lo em casa e olha você se enganando de novo: “Só vou ficar aqui na frente” – você pensa – “Não vou entrar”. Permita-me essa atitude um tanto grosseira: HÁ-HÁ-HÁ! Amiga você entra sim, pode até ficar na dúvida, meio sem graça, mas depois que você vê “a graça” da coisa, aí que você não pára mesmo.

Quer ver você se enganar de novo? Mesmo depois de tudo que você já se enganou? “Ah! Agora sim, depois dessa noite maravilhosa ele vai me ligar, ah se vai!”. Se você quer acreditar nisso tudo bem, mas acho melhor você rever seus conceitos. Ou você arruma um cara que te ligue já no dia seguinte te chamando pra sair (sair não inclui uma rapidinha na casa dele), ou você continua com esse e aceita, meu bem, desse mato não sai coelho, muito menos telefonema no dia, ou na semana seguinte.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nostalgia



Ela chegou cedo à casa da amiga, queria dar-lhe os parabéns e voltar logo pra casa, pra pilha de trabalhos que lhe esperava. Encontrou a aniversariante cercada por todos daquela época. Todos aqueles mais chegados que não se desgrudavam nos tempos da faculdade. Aproximou-se, abraçou a amiga e a parabenizou por mais um ano "Sucesso, querida!"
Começou então a cumprimentar um por um, a companheira de farras que lhe ensinou a beber sem ter ressaca, conversando com ela não lhe vieram histórias a mente, apenas flashes desencontrados. Abraçou demoradamente o amigo inseparável que a havia apoiado sua pior crise e com quem descobriu o sentido de uma amizade. Foi cumprimentando um por um e recordando o que vivera com eles, na faculdade, tomada por nostalgia.
Mas sentiu falta de um. Não qualquer um. Sentiu falta daquele que a fazia perder o ar quando a olhava, que a enchia de tesão quando seu perfume a alcançava. Ele fazia sua pele arrepiar quando se encostavam para um simples cumprimento cordial. Ficou um tempo no sofá pensando nas vezes em que haviam se amado, nunca havia sentido um química como aquela.
Duas taças de vinho lhe subiram um calor no corpo e ela foi procurar uma pia para jogar água no rosto. Estava se enxugando quando o viu, pelo espelho, atrás dela. Virou-se e sorriu com todos os dentes "Eu sabia que você viria". Abraçaram-se, beijaram-se, confidenciaram o quanto sentiam a falta um do outro. Ela não pôde resistir, trancou a porta e o presenteou com um passeio das mãos dele, por seu corpo. Seus cabelos, nuca, costas. Passeando por suas pernas, debaixo de sua saia, ele descobriu que era só o que ela usava. Amaram-se como aqueles dois universitários amaram-se um dia, com amor, desejo, curiosidade e saudade.
Ao voltar pra casa desistiu da pilha de trabalho, apenas deitou-se com sua camisola habitual e, como sempre, abriu seu livro onde havia parado. Seu marido perguntou pela festa "Foi boa querido, muito boa". Virou-se e dormiu. Ótimos sonhos ela teve.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Eu não quero mais você!!!!!!!


Eu não quero mais você, pelo simples motivo de que você também não me quer. Você quer sexo. Pode parecer que é a mesma coisa, mas não é.
Sexo você quer a toda hora, e rola com quase qualquer pessoa. Eu não quero mais saber de sexo com alguém que quer porque quer.
Eu quero alguém que me queira, não estou querendo falar de amor não, estou falando de tesão, daquela vontade incontrolável de pegar a pessoa pelo braço, e arrastá-lo pra longe de tudo e de todos e fazer tudo que der vontade, sem pudor, sem medo, sem preconceito, só por puro tesão.
Aquele tesão, aquela coisa que só de ver a pessoa você já fica sem controle, só de ver um pedacinho da pele, sentir o cheiro... Você já fica lembrando do toque, da respiração no pé do ouvido, da forma como ele te puxa os cabelos pra trás, como te domina e te faz sentir.... aaiiii
Lembra de como é bom quando aquela pessoa faz gato e sapato de você na cama e de como é delicioso quando ele te possui com gosto!!!!
Como ele magicamente é tudo que você pediu de um amante, faz tudo que você gosta sem você ter que pedir, e lembra também que, mesmo que isso não conte (não conta??) ele foi abençoado – e muito!!!
E por saber que é isso que eu quero, é que eu não quero mais você. Porque você quer sexo, e apesar de eu querer muito, eu quero mais ainda que alguém me queira da mesma forma como eu te quero!
Da mesma forma como eu acabei de te descrever nos mínimos detalhes. E a cada nova palavra que surgia eu me sentia cada vez mais excitada e tentada a te ligar e sussurrar pra você fazer comigo o que eu não quero, ou ao menos não devia querer: sexo, muito sexo!
Então como eu já disse, eu não te quero mais, exatamente pelo fato de te querer tanto que começo a me questionar quando meu juízo vai se livrar do fogo que surge do meio das minhas pernas e se espalha por todo meu corpo toda vez que vejo você.

sábado, 29 de março de 2008

Sonho Um


Eu estava nessa festa na casa de alguém. A casa era grande. Estava cheia de amigos e divertidíssima. Do nada eu precisei ir ao banheiro, jogar uma água no rosto, tava muito quente...

Na saída ele veio até mim. Depois de tudo que eu tinha passado, depois de mais de um ano sem que a gente tocasse nesse assunto, ele veio. Aproximou-se de mim pelas minhas costas, por isso não o vi, e veio direto pra minha orelha esquerda e sussurrou com aquela voz de veludo: "Tô com saudades. Vamos tentar de novo. Eu quero fazer dar certo dessa vez. Por favor, seja minha de novo". Aquilo me deu arrepios no corpo todo.

Eu só olhei pra ele, eu não sabia o que dizer. Voltei pra perto dos meus amigos e não mencionei nada a niguém, nem mesmo àquela que sabe de todos os meus passos. Eu passei o resto da noite pensando no que tinha ouvido, lançando uns olhares famintos na direção dele, sem que ele visse é claro!

Quando decidimos ir pra casa ele veio se despedir e me pediu que não esquecesse de suas palavras. Saquei-lhe um selinho rápido, ele ficou desconcertado. Então eu fui embora. No dia seguinte me disseram que ele iria embora, pra um lugar que eu não sabia qual.

Quando dei por mim estava remoendo o fato de não ir com ele, imaginado se ele iria me procurar, pelo menos pra se despedir. Será que ele ia me prometer me procurar quando voltasse? Será que ele ia dizer adeus pra sempre? Será que ele ia me chamar pra ir embora com ele? Essas são perguntas das quais eu nunca vou ter as respostas... acordei antes que ele pudesse me dá-las.





sábado, 22 de março de 2008

Todos os dias



Quando é que você sabe que a sua vida começou?
É uma pergunta que eu tento responder já faz algum tempo...

Será que a minha vida começou quando eu fui concebida? Pode ser. Foi quando eu comecei a ser um organismo pulsante no corpo da minha mãe. Quando eu ganhei coração, cérebro, espinha dorsal e aqueles dedinhos minúsculos.

Pode ter começado, no entanto, quando eu nasci. Afinal de contas, foi naquele momento em que eu vim ao mundo, não é? Meu médico deu aquele tapinha sem vergonha nas nádegas pra eu respirar, mas na verdade foi o primeiro homem que me fez chorar...

Já sei!!! Foi quando eu comecei a falar... e não parei mais! Me tornei um indivíduo pensante com polegar opositor e perfeitamente capaz de evoluir para algo produtivo!!!

Ou será que foi quando eu entrei pra escola?? Parte da minha vida começou quando eu entrei pra escola, mas será que a outra parte também??

Pode ter sido quando eu me apaixonei pela primeira vez (segundo cara a me fazer chorar. É você se acostuma), ou quando eu dei meu primeiro beijo, primeiro namorado, primeira vez...
Primeiras tantas coisas e ainda fico com aquela sensação de que não conheci o suficiente, que minha vida ainda está pra começar e que, apesar de eu já ter passado dos 15 há um tempinho, ainda me sinto uma menina que um dia vai abrir a porta de casa e ouvir "Oi, eu sou sua vida, vamo nessa?!"

Por que que é ela que tem que me levar? Por que eu não posso dizer pra ela aonde, como, com quem, pra que, e principalmente quando eu quero ir? Pois eu quero ir agora! Quero que minha vida comece agora. Quero que comece a acontecer tudo que eu tenho direito. Que meu trabalho comece a progredir, que meu talento escondido finalmente se revele pra mim, que uma paixão avassaladora divida um pouco de seu tempo comigo, que meus amigos se tornem fatores cruciais na minha existência e eu nas deles, que eu ganhe coragem pra parar de me esconder...

A questão é que eu não posso dizer isso pra vida, porque seria injusto. A vida está sempre começando. Começou pra mim a cada momento descrito acima e em muitos outros, ela está sempre se renovando.
Quando é que eu sei que a minha vida começou? Assim que eu abro os olhos... todos os dias!